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Bolsa Estágio Ensino Médio: BEEM, que vai pagar até R$ 1.000 para alunos

Estudantes de cursos profissionalizantes do estado poderão receber até R$ 1.000; contratações terão início a partir do início do próximo ano letivo

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprova BEEM, Bolsa Estágio Ensino Médio, que vai pagar até R$ 1.000 para alunos.

Estudantes do Ensino Médio das escolas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) terão a oportunidade de trabalhar nas suas áreas de formação técnica e receber uma bolsa de até R$ 1.000,00 com o BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio). O projeto de lei do Governo do Estado foi aprovado nesta terça-feira (20) pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

De acordo com o secretário da Educação, Renato Feder, o objetivo principal ao inserir os alunos do Ensino Médio Técnico no mercado de trabalho é o combate à evasão escolar. A iniciativa inédita também vai valorizar os estudantes do Ensino Médio, que poderão atuar como monitores no reforço de língua portuguesa e matemática nas escolas de ensino regular.

Os estudantes das áreas de tecnologia, como o de ciência de dados e desenvolvimento de sistemas, poderão receber bolsas mensais de até R$ 1.000. Para os demais cursos, a expectativa da Educação é um pagamento mensal de até R$ 650. Para todos os estudantes selecionados, a bolsa será paga por quatro horas de jornada de atividades de estágio diárias — 20 horas semanais.

Com a aprovação da Alesp, a equipe técnica da pasta dará início à abertura de editais para parcerias com instituições e empresas privadas interessadas em receber os  estudantes do programa. O início dos estágios deve ocorrer entre o fim deste ano e o início de 2025. Inicialmente, o programa deve beneficiar 5.000 estudantes do ensino técnico. A expectativa é ampliar o número para 30 mil estagiários.

O BEEM será pago pela Educação por um período de seis meses, assim como o seguro contra acidentes pessoais dos estudantes. As empresas parceiras deverão fornecer auxílio transporte aos estudantes e dispor de profissional que atuará como supervisor do estágio, com formação ou experiência na área de conhecimento do curso técnico da Seduc-SP.

Após um período de estágio de seis meses no programa estadual, os estudantes concluintes do Ensino Médio poderão ter seus contratos de estágio efetivados pelas empresas.

O programa é dedicado aos estudantes que cursam o ensino técnico em suas próprias unidades escolares, com professores contratados pela Seduc-SP e por parceiros, como o Centro Paula Souza, ou ainda por meio da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Nesse último caso, o Senai também deve integrar o projeto indicando parcerias com empresas atreladas aos cursos ofertados pelo serviço.

Atualmente, a Educação de SP tem mais de 70 mil estudantes matriculados no itinerário formativo do Ensino Médio Técnico. Em 2025, o número de estudantes cursando esse itinerário deve chegar a 170 mil. O único curso entre os ofertados aos estudantes da rede pública paulista com estágio obrigatório é o de enfermagem. Para esses estudantes, a Seduc-SP pretende pagar uma bolsa por cerca de 10 meses, no segundo ano de ensino técnico e última série do Ensino Médio, para manutenção dos alunos na escola e no curso.

“A expectativa da criação desse programa abrange e beneficia nossos estudantes de várias maneiras. Com o estágio, eles não terão apenas um incentivo financeiro para continuarem na escola e aprender, mas também para conhecerem o mercado de trabalho, atuarem de forma prática com aquilo que é ensinado em sala de aula e ainda decidirem o que eles esperam para o futuro no campo profissional”, informa o secretário da pasta da Educação, Renato Feder.

O secretário destaca ainda a possibilidade de os estudantes da rede atuarem em suas áreas de estudo. “Nosso programa começa garantindo a bolsa, paga pelo estado, a 5.000 estudantes, com vistas a ampliar para 30 mil estagiários, com valores competitivos às médias pagas no nosso estado e interessante aos nossos alunos. Nós também queremos dar visibilidade às potencialidades dos nossos alunos. Hoje temos mais de 70 mil jovens que estão aptos a estagiar em empresas de diversos segmentos, com cursos pensados a partir da economia local em todas as regiões paulistas.”

Monitoria para melhorar o ensino

O programa prevê, ainda, o pagamento de bolsas a estudantes dos itinerários formativos de exatas e humanas da Secretaria da Educação que estudam em período parcial e poderão atuar como monitores das disciplinas de língua portuguesa e matemática a partir do segundo semestre deste ano.

O objetivo é que esses estudantes desempenhem atividades de auxílio ao aprendizado, com supervisão de professores-orientadores das áreas de língua portuguesa e matemática. A previsão é o pagamento de até R$ 400 mensais relativos à bolsa monitoria.

Aposta na formação técnica

A ampliação do ensino técnico é uma das principais diretrizes da administração de Tarcísio de Freitas para a educação paulista. Desde o início do governo, a oferta de vagas na modalidade de ensino técnico cresceu significativamente. Em 2023, apenas 35 mil alunos estavam matriculados em cursos profissionalizantes. Em 2024, o número subiu para 71 mil, e o governo espera atingir 170 mil matrículas em 2025.

Essa expansão foi viabilizada pela introdução de itinerários formativos técnicos nas escolas regulares, permitindo que os alunos do ensino médio tenham acesso à formação profissionalizante dentro da própria rede estadual. Segundo o secretário de Educação, Renato Feder, o programa de bolsas é uma estratégia para combater a evasão escolar e incentivar a permanência dos jovens nos estudos.

Critérios de seleção

Estudantes de cursos profissionalizantes do estado poderão receber até R$ 1.000; contratações terão início a partir do início do próximo ano letivo

Com uma oferta inicial de 5 mil bolsas, o governo reconhece que a demanda pode ser maior do que a capacidade de atendimento. Por isso, a Secretaria da Educação planeja estabelecer critérios de prioridade para a seleção dos beneficiários. Alunos de baixa renda e com melhor desempenho acadêmico terão preferência no processo de seleção. Até o final de 2026, a meta do governo é que 30 mil alunos sejam contemplados pelo programa.

Parceria com empresas

A Secretaria da Educação já começou a estruturar o processo para firmar parcerias com empresas privadas interessadas em receber os estagiários. O governo estadual ficará responsável pelo pagamento das bolsas e por fornecer seguro contra acidentes pessoais aos estudantes, enquanto as empresas se comprometem a oferecer supervisão e auxílio transporte.

Para Daniel Barros, coordenador pedagógico da secretaria, a iniciativa não só facilita a entrada dos alunos no mercado de trabalho, mas também cria uma relação de longo prazo com as empresas. “O governo vai pagar a bolsa por seis meses, mas a ideia é que os alunos desempenhem tão bem suas funções que as empresas queiram contratá-los após o término do estágio”, disse.

Expansão de cursos técnicos

Dentro do itinerário formativo técnico profissional, os alunos podem escolher entre nove áreas de formação, com aulas ministradas diretamente nas escolas estaduais: administração, agronegócio, ciências de dados, desenvolvimento de sistemas, enfermagem, farmácia, hospedagem, logística e vendas. A diversidade de cursos busca atender as demandas do mercado de trabalho e capacitar os estudantes para oportunidades reais de emprego.

Durante a fala, Tarcísio de Freitas deixou um recado aos estudantes. “Vocês são capazes de tudo. Não há barreiras para vocês. Vocês são capazes de transpor qualquer desafio e capazes de resolver qualquer problema. Nunca se esqueçam disso! A gente acredita muito no poder de transformação da educação. Eu sou um pouco testemunha disso. Sou filho de um cara que nasceu e cresceu em uma favela e trabalhou carregando caixa de sapato no comércio e de uma empregada doméstica. E tô aqui. E um de vocês, vai estar aqui amanhã no meu lugar”, declarou.

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